domingo, 29 de agosto de 2010

RESUMO DA OBRA "A HORA DA ESTRELA"

A Hora da Estrela
             Clarice Lispector

          A autora Clarice Lispector faz parte da "geração de 45", um novo estilo literário dentro ainda da proposta moderna iniciada no Brasil na década de vinte, uma literatura que vai trabalhar o ser interior, suas idéias mais íntimas, seu universo psicológico.
          Clarice está imersa nessa literatura como parte fundamental, seus romances e contos deslocam o leitor para o mundo interior de suas personagens. Em primeira instância está o pensamento, a realidade exterior é apenas o pano de fundo nos textos da autora, ela usa fatos cotidianos que dentro da narrativa não tem um significado maior, o interesse está nas sensações da personagem diante deles.
          "A hora da estrela" é um de seus romances de grande destaque, onde nos apresenta um jornalista-escritor que vai discutir a existência inconsciente através de uma nordestina que vive na cidade do Rio e Janeiro, ela é na verdade, dentro do livro, um objeto de análise criado pelo jornalista.
          Ele personifica nela todas as vidas que deixam de ser vividas, todas as existências que não passam de sombras no mundo. A personagem tem prazeres tolos, substanciais e sem a menor importância, exatamente como a vida que leva, cheia de privações injustificáveis e sem o menor dos sentidos. O personagem escritor sofre e sente por seu objeto de análise, tão sem vida, sem ambições de existir, ele ama a criatura com ternura e amargura, é terno com a inconsciência e amargo com a ignorância da nordestina, pois acredita que ela não "é" por não saber que pode "ser". Ele dá vida própria à moça, como se tentasse fazê-la mudar seus rumos, sua história tão insignificante, mas ela, ainda que ele queira, não consegue ser o que desconhece. O escritor não pode interferir no existir de sua personagem, ele relata os fatos daquele mundo singelo em cores somente preta e branca. Ele entra nesse mundo com alma, e nele reflete sobre si mesmo, sua existência, suas fraquezas e seus defeitos. Percebe como cada um de nós é indiferente ao que acontece à tantas outras pessoas ao nosso redor, afirma que há um reconhecimento do outro, mas não há uma reflexão do nosso poder de modificar a condição de existência dele.
           Clarice retrata, portanto, as sensações e reflexões de um ser diante da mediocridade da existência de outro, despertando no leitor um desgosto pela banalização da vida que é causado pelo choque diante da não reação da personagem nordestina à sua inércia, o leitor compactua assim com as impressões do personagem-jornalista: sua revolta, seus medos e suas vontades. A autora consegue a atenção do leitor para o pequeno romance, que apesar das poucas páginas condensa um conteúdo gigantesco e fantástico.

PRINCIPAL

                A Macabéa: Clarice tratará do livro A Hora da Estrela, com um estudo detalhado sobre os aspectos de uma história de puro sofrimento.


ENREDO

            A historia gira em torno de uma nordestina que não tem nem idéia de sua própria existência.
           Vem do sertão de Alagoas para o Rio de Janeiro para trabalha como datilógrafa. Começa um namoro com um conterrâneo nordestino que é interrompido pela ganância do mesmo.

TEMPO

           Não há como ser preciso neste item, porem a narração ocorre em poucos dias no mês de maio, entre lembrança de Macabéa

CENÁRIOS

            Na infância morava na casa de uma tia, pois era órfã. Já na vida adulta, depois da morte de sua tia vai para o Rio de Janeiro, subúrbio, quarto dividido com algumas amigas num sobrado perto do cais freqüentado por prostitutas e marinheiros. Lugar imundo.

No Rio: escritório de datilografia (emprego)

CLÍMAX E NARRADOR

           O começo do namoro com Olímpio trocando-a pela sua colega de trabalho, Glória, que arrependida lhe indica a Madama Carlota, uma cartomante. Madama Carlota lhe prevê um futuro só que mal interpretado. Contente com o maravilhoso futuro previsto por Madama Carlota, Macabéa sai distraída é atropelada, agoniza e morre no meio da sarjeta.

Narrador: É um narrador onisciente, Rodrigo S. M. que não chega a participar ativamente da narração.

AUTORA

            Nasceu em Tchetchelnik, Ucrânia, chegou ao Brasil aos dois meses de idade, naturalizando - se brasileira posteriormente. Criou-se em Maceió e Recife, transferindo-se aos doze anos para o Rio de Janeiro, onde se formou em Direito, trabalhou como jornalista e iniciou sua carreira literária. Viveu muitos anos no exterior, em função do casamento com um diplomata brasileiro, teve dois filhos e faleceu em dezembro de 1977, no Rio de Janeiro.

LIVRO

           O livro tem pouco de erotismo, altamente complexo mesmo tendo uma escrita simples

Título: Porque somente na hora de sua morte, Macabéa tornara realmente alguém por representar tão bem o papel de uma moribunda, momentos antes de morrer.


SÍNTESE

             Macabéa, uma nordestina, luta para sobreviver no Rio de Janeiro, trabalhando como uma datilógrafa. Divide um quarto em um lugar quase subumano juntamente com mais quatro amigas.
              Em um dia que falta o trabalho, ela encontra Olímpio que a convida para um passeio sob uma intensa chuva. Daí por diante ela o toma como seu primeiro namorado. Apesar de parecer estar com sorte por ter arranjado um namorado, ela é traída pela Glória, uma amiga de trabalho. Essa amiga com remorso indica a ela, uma cartomante para que lhe adivinhasse o futuro, futuro esse que como Madama Carlota, a cartomante, lhe disse, mudaria sua vida no momento em que saísse da casa da Madama, com muito dinheiro, casamento com um estrangeiro, luxo e amor. E quando ela foi finalmente embora tudo realmente mudou. Atordoada com tanta felicidade e espantada com a miserável vida que levava, ficou indecisa com um ato tão banal de atravessar uma rua que quando se decidiu foi atropelada por uma Mercedes. Morre aí Macabéa na sarjeta.


                                                                                  CLARICE LISPECTOR

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