sábado, 5 de setembro de 2009

LUCÍOLA

Timba Alunos Elite 1ºAno, aí está o Resumo da Obra Lucíola. Divirtam-se!!!

LUCÍOLA

Fica claro, que em “Lucíola”, o narrador é em 1ª pessoa. O livro é narrado por Paulo, que é o personagem principal.
Assim, a narrativa tem um caráter autobiográfico, pois é feita em 1ª pessoa, buscando recuperar, a partir da perspectiva do amante, a paixão vivida por Lúcia e Paulo. O prefácio chama-se "Ao Autor" e, ali, uma pessoa que assina G. M. afirma que encontrou as cartas de Paulo e as reuniu, publicando o livro Lucíola. Percebemos que, então, cada capítulo corresponde a uma carta que Paulo escreveu à senhora que o indagou. A narrativa é detalhista. Em Lucíola, o autor faz um aprofundamento psicológico e mostra os conflitos interiores de Paulo e de Lúcia. Além disso, Lúcia não é linear, porque seu perfil se altera durante a obra. ("Acredite ou não, Lúcia acabava de me revelar naquela imagem simples um fenômeno psicológico que eu nunca teria suspeitado." - cap 18). Os personagens de “Lucíola” são, em boa parte do tempo, falsos. Em Lucíola, um personagem apresenta grande complexidade psicológica, a par do idealismo romântico com que foi concebido. A publicação do livro ocorre em 1862. Com relação à narrativa, trata-se de um conjunto de recordações de Paulo. Pode-se considerá-lo um livro com algumas memórias fictícias, pois a ação transcorre no passado. O relacionamento de Paulo e Lúcia aconteceu quando ele chegou ao Rio de Janeiro, em 1855. Entretanto, as cartas foram reunidas por G. M. em novembro de 1861. O tempo no livro é quase sempre psicológico, com grandes usos de “flash-backs”. O Rio de Janeiro é o espaço físico onde se desenvolve o romance. O autor retrata a sociedade de sua época, quando o Rio de Janeiro era a capital do Império, apontando alguns aspectos urbanos negativos. José de Alencar era um forte crítico social. Paulo era um rapaz do interior, que foi para o Rio de Janeiro conhecer a corte. Poucos dias depois de sua chegada, um amigo de infância chamado Dr. Sá o leva à festa da Glória. Lá, Paulo percebeu a diferença existente entre sua vidinha provinciana e a vida luxuosa na corte. No meio da festa, porém, uma bela mulher chamou sua atenção. O que mais lhe impressionou nessa mulher foi o seu jeito de "ingênua castidade". Dr. Sá, entretanto, ao perceber o engano do amigo, explicou para ele que aquela mulher era uma prostituta de alto luxo. Mesma sabendo disso, ela não saiu de sua memória.

Lucíola - este é um romance social-urbano , Alencar aborda a situação social e familiar da mulher, em face do casamento e do amor, retrata a sociedade carioca da época, principalmente suas camadas abastadas. Compreende desde textos românticos, como a mesma velha história do casal cujo amor só depois de superados certos obstáculos, até indícios de investigação psicológica por meio de dramas morais causados pelo conflito entre as convenções sociais e a sentimentalidade individual. Estrutura da obra 21 capítulos - Narrador em 1ª pessoa, (protagonista: Paulo), é observador e participante dos acontecimentos que narra.

Espaço: Rio de Janeiro. A narrativa é feita em flash-back, é uma retrospectiva de acontecimentos passados, já filtrados pela revisão e reflexão do narrador. Há presença de textos dissertativos – o narrador interrompe o a narrativa para fazer reflexões em torno do assunto narrado.
No trecho: “... terminei ontem este manuscrito, que lhe envio ainda úmido de minhas lágrimas ...” A partir dessa frase, o narrador reafirma a destinação de sua carta, ou do material de sua história, conforme o que afirmara no capítulo inicial. Os grandes temas do livro que transformam Lúcia numa heroína tipicamente romântica são: do amor e da morte, e do amor unido à morte. O amor, um dos mitos do Romantismo, é o regenerador da pessoa humana. E o amor verdadeiro sobrevive à morte, é eterno. Lúcia se realiza plenamente, ao morrer. “... agora que minha vida conta por instantes, amo-te em cada momento por uma existência inteira. Amo-te ao mesmo tempo com todas as afeições que se pode ter neste mundo. Vou te amar enfim por toda a eternidade...”.


Personagens principais:

Lúcia (a verdadeira)
- prostituta e companheira de quarto da personagem-protagonista - tem cerca de 19 anos quando morre – Possui pouca sofisticação intelectual. Mulher, depravação, luxúria, sentimento de culpa, prostituição, caprichosa, excêntrica, rejeita o amor, demônio. Sendo assim, falecendo de tuberculose, Maria da Glória troca os documentos assumindo a identidade da colega. No desenrolar da história, descobrir-se-á o seu verdadeiro nome: MARIA DA GLÓRIA, menina, pureza, ingenuidade, dignidade, inocência, simples, meiga, tende para o amor, anjo.

Paulo
– narrador-personagem. Paulo ressente-se por não ter compreendido os sentimentos (o amor) e a alma de Lúcia. E ele conta em cartas dirigidas a uma senhora, G. M. (pseudônimo de Alencar), que as publica em livro com o título de LUCÍOLA

. Personagens secundários:


- Com seus trinta anos de idade, um caráter fleumático e uma imaginação ardente Cavalheiro que, com suas posses, aproveitava segundo seus critérios o melhor da vida: sexo, alegria, bebida de arte.

Sr. Rochinha
- Era um moço de 17 anos, - trazia impressa na tez amarrotada, nas profundas olheiras e na aridez dos lábios, a velhice prematura.

Sr. Couto
- Diógenes Couto - responsável pela degradação (prostituição) de Lúcia. Um senhor idoso que procura passar-se por jovem.

Sr. Cunha
- ex-amante de Lúcia que depois é desprezado por ela.

Sr. Jacinto
- Era um homem de 45 anos; feição comum e espírito medíocre. Vivia de intermediário das prostitutas, isto é, transformava em dinheiro todos os presentes ganhos por elas.

D. Jesuína
- Quando Lúcia foi expulsa de casa, D Jesuína fora a primeira pessoa que a amparou. Mas depois, tornou-se cafetina de Lúcia.


Joaquina
- escrava de Lúcia.

Ana
–irmã mais nova de Maria da Glória. (Lúcia)

Enredo - Conta a história de Lúcia e Paulo.
Logo após ter chegado ao RJ, procedente de Olinda, em 1855, com cerca de 25 anos, Paulo fora convidado por um amigo, o sr. Sá, a acompanhá-lo à Festa da Glória, quando lhe atraíra a atenção uma jovem e bela mulher que, de início, em sua simplicidade de provinciano adventício, não identificara como cortesã (ou prostituta). Ao ver Lúcia, assim se chamava a mulher, tivera a impressão de já conhecê-la. De fato, à noite lembra-se de que, realmente, já a tinha visto antes, no dia mesmo de sua chegada ao RJ, em um carro elegante puxado por dois fogosos cavalos, e exclamara então para um companheiro de lado: "
Que linda menina! Como deve ser pura a alma que mora naquele rosto!"e que gentilmente, após, alcançara-lhe o leque que deixara cair na rua. Lúcia era, assim, uma mundana de rara beleza e suave aspecto, que faziam parecer uma jovem inocente. Pelo menos, essa foi a impressão de Paulo e que o levou a apaixonar-se, mesmo depois de saber quem era ela. Tal como a pintou o romancista e se depreende de toda a história, ela era de natureza complexa nas alternativas de sua vida e do seu temperamento. Boa nas intenções, mas devassa na prática da vida que levava; interesseira e avara na conquista do dinheiro fácil e, ao mesmo tempo, generosa ao dar esmolas e na ajuda a parentes; com um passado de luxo e dissipação, se apaixona da maneira mais romântica pelo jovem que nela descobrira bondade e ternura. Enfim, era bem feminina ao parecer tantas numa só. Paulo, no entanto, no entusiasmo da paixão, definiu-a: " Tu és um anjo, minha Lúcia!". Tendo Paulo visto Lúcia naquela festa da Glória, a ela foi apresentada pelo seu companheiro, que a conhecia e fora seu amante. Mesmo assim ele continuou a idealizá-la, até nas visitas que lhe fez a seguir, francamente inocentes e cordiais. Só algum tempo depois é que se tornaram amantes. Cada vez mais, no entanto, prendia-se a ela por um amor apaixonado que ultrapassava a simples satisfação do sexo. Não a queria como uma mundana lúbrica e sensual, famosa pelos requintes no amor, e sentia que ela também, na maneira de tratá-lo, nos seus silêncios, nos seus beijos e carícias, o amava realmente. A prova maior disso foi o seu afastamento de tudo para dedicar-se a ele. Mas logo brigaram, e ela voltou à vida antiga. Nessas alternativas de brigas e reconciliações, de ciúmes e de arrependimento, chegaram à confissão de suas vidas e à aceitação do amor com que se queriam. E Lúcia contou-lhe a sua história, declarando para sempre morta a mulher que fora até então; sua família viera morar na Corte e viviam dignamente, até que a epidemia de febre amarela de 1850 atacou sua família.
Somente ela foi poupada, vendo-se obrigada a cuidar dos familiares. Assim foi que, por necessidade, entregou o seu corpo a um ricaço de nome Couto, para conseguir ajuda e apoio. Morreram-lhe a mãe, a tia e dois irmãos; o pai, ao descobrir que ela recebera dinheiro de um homem em paga de sua honra, expulsou-a de casa. Depois disso, o caminho estava aberto à prostituição. Lúcia se faz passar por uma amiga morta para aliviar o sofrimento dos pais (tê-la como prostituta). Na sua nova vida, então, mudou de nome, pois se chamava realmente Maria da Glória, em devoção a sua madrinha Nossa Senhora da Glória. Depois de uma longa viagem que fizera à Europa em companhia de um amante, de volta ao Rio só encontrou de sua família uma irmãzinha de nome Ana, a quem tomou sob sua proteção e a pôs num colégio. Após tal confissão, de que resultou um perfeito entendimento entre os dois, Lúcia foi morar numa casinha de Santa Teresa, que alugara, em companhia da irmã. Afastou-se da vida mundana para receber apenas a visita de Paulo. No ambiente bucólico daquele bairro viveram os dois um idílio simples. Passeavam nos arredores de mãos dadas como dois namorados, e nessa busca da inocência perdida, ela até se recusava, periodicamente a ser de novo sua amante. É que ela agora já adotando outra vez seu nome de batismo, Maria da Glória, estava esperando um filho de Paulo. Mas o idílio em que viviam durou pouco. Lúcia sofreu um aborto e, ante a recusa de tomar remédio para expelir o feto sem vida, faleceu de infecção, confessando a Paulo que o amava perdidamente desde o primeiro encontro. Pediu-lhe que cuidasse de Ana, a quem deixara em testamento a sua fortuna, cerca de cinqüenta contos de réis, como se fosse sua própria filha. A princípio queria que ele se casasse com Ana, mas, ante sua recusa, pediu-lhe que a protegesse, e morreu dizendo-se sua noiva eterna, sua noiva no céu. Lúcia = Lúcifer ................. Maria da Glória = Anjo E "é através da morte que seu objetivo maior foi atingido: a destruição do corpo implica na sobrevivência e supremacia do espírito. A redenção alcançada".

Características românticas na obra:
Subjetivismo: o mundo gira em torno do seu “eu”
- 1ª pessoa
– uma só pessoa: indivíduo X sociedade, sobrepõe o sentimental à razão, entusiasmo ao raciocínio. Exaltação do amor: é a mola mestra da ficção romântica em prosa e verso, amor sublime, com sacrifício e até de heroísmos. Amor e morte: capacidade de renúncias, tendo como única saída a morte. Sentimentalismo melancólico: Lúcia se faz passar por uma amiga morta para aliviar o sofrimento dos pais (tê-la como prostituta).

Ilogismo: instabilidade emocional, duplicidade de comportamentos. (importância secundária). Características de José de Alencar:

Lirismo: visão lírica da realidade

– ele é lírico, terno, delicado e sensível. Gosto pela descrição: paisagem, personagem, vestuário feminino e ambiente. Comparações: personagens X detalhes físicos X estados da alma X atributos morais. (elementos da natureza, reino animal, vegetal e mineral). Desarmonias: contrastes relacionados às pessoas e sentimentos. Lúcia X Lúcifer, Maria da Glória X anjo.

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